São características das figuras de linguagem: as ferramentas de expressão; as fugas discursivas da língua portuguesa; os recursos de expressão. Sendo assim, para se começar o estudo sobre as figuras de linguagem, primeiramente será necessário abrir a cabeça e mergulhar nessa leitura.

Figuras de linguagem são utilizadas para tornar a comunicação mais rica e não tão literal. Para entender sobre elas, é preciso possuir breves conhecimentos sobre a língua brasileira.

Bem, como esse tipo de matéria escolar é composto por um conteúdo volumoso, nesses casos é sempre bom definir por onde começar. Logo, as primeiras perguntas a se fazer são:

  1. O que é exatamente uma figura de linguagem?
  2. Será que se essa pergunta cair na prova eu vou conseguir responder de maneira eficaz?

A resposta à primeira pergunta nós vamos fornecer para você aqui neste artigo e você tem pleno acesso às informações. Entretanto, sobre a segunda pergunta, é bom enfatizar que se para respondê-la, será necessário o empenho de alguém, esse empenho com certeza será seu.

As provas do ENEM constituem um emaranhado de “conteúdos-surpresa” e quem quer fazer uma boa prova precisa se dedicar. Nesse sentido, “figuras de linguagem” é um assunto recorrente em provas de concursos de todos os tipos, sejam eles para ingresso em universidades, sejam eles para ingresso no mercado de trabalho.

A questão maior é que deve-se haver um ponto de partida e esse já foi definido anteriormente para facilitar o entendimento do todo. Desta maneira, nada melhor do já começar sanando essa dúvida que para muitas pessoas acabam se tornando um verdadeiro pesadelo na hora da prova.

Vamos com calma seguindo nosso passo a passo, de modo que se você acompanhar todo esse texto até o fim, será um sucesso. Desta maneira, estará apto ou apta para resolver as questões propostas que a gente deixou lá para o final.

O que são figuras de linguagens?

Figuras de linguagem são utilizadas para tornar um texto ou fala mais rica. Hoje em dia existem vários tipos, desde a ironia ao sarcasmo, que são os mais comuns.

Falar de figuras de linguagem fica muito mais fácil quando a gente mostra algumas opções e exemplifica de forma clara. Sendo assim, a ideia principal é abordar cada uma das figuras de linguagem e dissertar sobre suas características e funções básicas em nosso dia a dia.

Mas, primeiramente, é preciso saber que existe uma divisão muito clara no que se trata das modalidades das figuras de linguagem. Sendo assim, agora você vai saber quais são essas modalidades e na sequência vai ver exemplos de emprego desses recursos linguísticos todos.

Figuras de:

  • Semântica;
  • Sintaxe;
  • Fonética.

Agora que você já sabe que há uma divisão clara das modalidades, a organização cognitiva fica um pouco mais fácil. Nesse sentido, agora vamos separar cada tópico de acordo com essas modalidades a fim de fomentar uma organização mais assertiva.

Figuras de semântica

Vejamos então, que em cada sessão, além das figuras de linguagem indicadas em cada modalidade, temos exemplos claros de emprego dessas ferramentas. Sendo assim, acompanhe com atenção cada um deles: 

Catacrese

Quando não existem termos para designar um objeto ou uma ação, a catacrese é perfeitamente adequada para preencher a lacuna. Sendo assim, considere alguns exemplos muito usados em nosso dia a dia e que fazem parte do cotidiano.

  • “Ei Flávia, não coloque o copo no braço do sofá
  • “Lurdinha, o pé da mesa vai quebrar se você ficar pulando em cima dela”
  • “A boca do túnel é larga”

Perceba que para cada um dos exemplos citados acima, não existe uma palavra exata que substitua de forma literal as figuras de linguagem utilizadas. Sendo assim, toda vez que for usar esse recurso, agora já é possível saber que eles se tratam de figuras de semântica.

Metáfora

Essa talvez seja a mais conhecida de todas as figuras de linguagem, pois seu uso é muito recorrente na linguagem poética. Sendo assim, ela está presente na maioria dos livros de Literatura.

A gente usa a metáfora quando quer fazer uma comparação sem usar os termos comuns do tipo: “tanto quanto”, “como”, “parece”, por exemplo. Nesse sentido, é possível comparar dois elementos com o simples fato de fazer referência a um outro que, de alguma forma, representa aquilo que a pessoa quer dizer.

  • “Daniel disse que o tempo é um passarinho que voa sem parar”
  • “Anteontem percebi que ele era uma lesma
  • “De fato, constatou-se que aquela atitude era um abismo sem volta”
  • “Pensar em poesia é deixar fluir os leões que rugem dentro de si
  • Eu sou chuva que molha o seu jardim”

Observe o seguinte: não é possível, por exemplo, que uma pessoa tenha leões rugindo dentro de si, ou mesmo ser chuva e quem dirá ser uma lesma. Todavia, quem assistiu aos filmes do Harry Potter ou leu os livros, vai lembrar daquela cena em que o Rony Weasley começa a vomitar aquelas lesmas horrorosas.

Mas não é disso que estamos falando e sim das metáforas presentes, tanto nas provas do ENEM, quanto em outras provas de concursos públicos. Desta maneira, resta a crer que ficou “bem desenhada” a nossa explicação, não é mesmo? Afinal, você é osso duro de roer ou não é?

Personificação

Como o nome já sugere [persona], a personificação é a figura de linguagem que dá às coisas uma determinada característica de ação humana. Sendo assim, toda vez que alguém se referir a um objeto dando essa ideia, configura-se em personificação.

A personificação, assim como todas as figuras de linguagem, reflete muito bem essa linguagem poética. Logo, para entender a dinâmica e a participação desses elementos todos é fundamental que se estude também a conotação e a denotação.

  • O medo corria em minha direção, toda vez que eu via o homem de terno e gravata”
  • O machado, que Bianca segurava nas mãos, olhava com uma cara fechada para o intruso”
  • Meus olhos tossiam lágrimas enquanto eu tentava de todas as maneiras segurar a emoção”
  • “As árvores gritavam na floresta em chamas, enquanto mais uma lei era aprovada”
  • “O ventilador sempre sorri para mim em dias de muito calor”

Bom, imagino que não precisa falar mas, em todo caso, é bom deixar registrado as observações aqui registradas. Sendo assim, sobre as figuras de linguagem acima referidas, pode-se perceber que árvores não são capazes de gritar e machados não tem cara fechada.

Portanto, fica anotado aqui mais esses exemplos que podem ser muito úteis na hora de fazer uma boa prova. Logo, é possível conferir mais dicas em outros textos presentes aqui neste mesmo site, basta escolher o tema desejado e começar a estudar.

Sinestesia 

Curiosamente, a sinestesia é também um termo usado no estudo neurológico e não apenas gramatical. Nesse sentido, esse curioso recurso linguístico que reside no seio das figuras de linguagem, também é altamente concentrado no meio acadêmico da Neurologia.

Bem, mas ainda não deu para saber exatamente do que se trata a sinestesia e muito menos conseguir vislumbrar algum exemplo. Sendo assim, considere que sinestesia é a figura de linguagem que mistura em uma mesma expressão, várias sensações diferentes, como o tato, o olfato e o paladar e a visão, por exemplo.

Desta maneira, sempre que houver essa mistura de sensações presentes em uma expressão, sabe-se que se trata de sinestesia. Nesse sentido, ao compreender profundamente o que significa essa figura de linguagem, há possibilidades incríveis de se descobrir características de si próprio muito interessantes também.

  • “Como aquele abraço quente, era ao mesmo tempo doce e iluminado
  • “Os olhos azuis eram amargos e cheios de peso. Ela chorava vendo o homem cair”
  • “Aquele abraço era macio, quente e o seu sabor era doce como um sorriso de primavera”

Então, um abraço quentinho a gente até consegue imaginar bem fácil, não é mesmo? Entretanto, o abraço tem sabor? Como é que funciona essa coisa toda?

Bom, a sinestesia é isso mesmo, quando há esse conflito, essa mistura louca de sensações que só nós seres humanos somos capazes de compreender. Sendo assim, está registrada mais essa figura de linguagem e os seus respectivos exemplos detalhados para que você possa se dar muito bem lá na prova.

Gradação

Quando você for escrever um texto ou contar uma história, de modo a enfatizar determinado acontecimento, use a gradação. Logo, essa figura de linguagem possui uma característica marcante, muito usada nos romances e contos, sobretudo quando o autor quer deixar a cena mais emocionante.

A ideia central reside naquilo que está implícito na própria palavra gradação, que nos remete às outras – gradativamente, gradativo. Nesse sentido, a figura de linguagem em questão destaca com propriedade essa sensação, sem que a pessoa precise explicar com mais detalhes o que está ocorrendo.

  • “A minha cabeça estava quente, fervendo, como um vulcão em erupção
  • “Então ele ficou calmo, suave e adormeceu como um bebê
  • “Ontem ele correu rápido, acelerado, quase que na velocidade da luz

Como podemos ver nos exemplos acima, a intensidade da ação é aumentada de acordo com as palavras em sequência. Sendo assim, de maneira gradativa, o elemento é enfatizado, dando origem a uma sensação muito mais intensa do que se fosse usado apenas um dos recursos linguísticos.

Metonímia

Quando a ideia é usar uma proximidade de referência entre dois elementos para referir-se a algo, usa-se a metonímia. Sendo assim, nesse caso, uma palavra adquire o significado de outra.

Desta maneira, observe que uma palavra em específico é usada para dar sentido a uma ação ou a outro elemento. Logo, também é usualmente comum no cotidiano e as pessoas costumam usar a metonímia por ser de mais fácil dicção.

  • “Aninha comeu o prato todo”
  • “Por favor, me dê um copo de água
  • “Eu amo ouvir Chico Buarque

Destaca-se a última frase que parece ser a menos absurda em seu sentido literal [saiba mais sobre sentido literal clicando aqui]. Entretanto, o sentido da frase diz-se do caso de ouvir “a música” de Chico Buarque e não a figura de Chico Buarque.

Essa confusão pode existir, portanto tenha em mente que se ouve a voz de alguém. Nesse sentido, é impossível ouvir alguém, no sentido literal do argumento, mas sim, ouvir o som que alguém emite. Atenção a isso!

Ironia 

A ironia é quando a gente diz algo, utilizando uma expressão oposta para indicar aquilo que queremos dizer. Sendo assim, essa figura de linguagem é muito utilizada pelas namoradas e namorados ciumentos.

  • Com essa chuva toda… que excelente ideia vir aqui nessa cachoeira
  • “Depois do que você fez, tem coragem de me perguntar se estou com raiva? Não, não, estou morrendo de felicidade, olha só a minha cara de felicidade”
  • “Nossa, você viu como aquele gerente gritou com a funcionária? Que cara gentil!”

A ironia faz parte do dia a dia e concentra-se principalmente nas relações mais próximas ou em momentos de conflito para aguçar o senso de insatisfação com alguma coisa. Logo, isso não é uma regra, mas acontece na maioria dos casos.

Hipérbole

O legal de alguns nomes das figuras de linguagem é que eles próprios se denunciam quando ao seu conceito. Nesse sentido, quando você pensa em HIPER, logo percebe-se que tem algo de exagerado aí, não é mesmo?

Por isso a hipérbole representa justamente isso que estamos trazendo aqui para você. Desta maneira, essa figura de linguagem reflete os exageros da língua portuguesa.

  • “Nossa, tá chovendo tanto que parece que está caindo um dilúvio aqui”
  • O bebê passou correndo aqui na sala a 200 km/h
  • “Vou fazer esse desenho aqui tão rápido como a velocidade da luz

Bem, um bebê passar pela sala a 200 km/h, só se for o filho ou a filha do The Flash! Logo, da mesma forma que é impossível alguém fazer algo tão rápido quanto a velocidade da luz.

Eufemismo

Quando alguém deseja amenizar uma ideia que tem um certo peso de ser dita “na lata”, como dizem por aí, usa-se o eufemismo. Sendo assim, basicamente a função dessa figura de linguagem, o eufemismo, é atenuar o impacto de uma frase que se fosse dita literalmente poderia causar uma impressão muito impactante.

É muito usado quando alguém vem a falecer ou sofrer um acidente e também para explicar determinados assuntos para crianças, por exemplo. Nesse sentido, pode-se perceber que essa figura de linguagem configura-se em um recurso muito essencial para o dia a dia das pessoas.

  • “Gostaria de dizer que não, mas o Ricardo bateu as botas
  • “O homem passou de moto quando menos percebeu, encontrou o poste
  • “Seis dias de sofrimento e até que enfim ele foi para o céu

Quando alguém diz que outra foi para o céu, não está dizendo no sentido literal, mas sim, no sentido figurado. Desta maneira, quando alguém bate as botas, não significa que está literalmente batendo nas botas. Assim, as figuras de linguagem denominadas eufemismo tem essa função.

Antítese

Quando duas palavras são usadas em seus sentidos opostos para expressar uma ideia. Sendo assim, veja os exemplos a seguir para conhecer melhor essa figura de linguagem. 

  • “Quanto mais velho ele fica, mais nova é sua aparência”
  • “O escuro da noite fez aumentar o brilho do seu sorriso”

Observe que em cada um dos exemplos, existem termos que se contrapõem. Nesse sentido, é esse o lugar onde reside a figura de linguagem antítese.

Paradoxo

Se duas expressões opostas são usadas para dar o mesmo sentido à frase, então nesse caso não é antítese, mas sim, um paradoxo. Desta maneira, o paradoxo é uma figura de linguagem que decorre quase que em uma bela confusão de sentidos.

  • “Ele gosta e não gosta daquela mulher”
  • “Se eu fosse você eu ficava e ia embora ao mesmo tempo”
  • “Tô feliz, mas tô triste

Veja como é confuso determinar o que a pessoa realmente deseja ou pensa quando entra em um paradoxo. Nesse sentido, é importante destacar que o paradoxo é muito usado na Filosofia e existem muitas histórias divertidas sobre esse assunto, onde é possível aprender bastante com elas.

Procure na internet por “histórias engraçadas de paradoxo”, será muito interessante conhecer esse tipo de conteúdo. Logo, o conhecimento nunca é demais e a gente acaba aprendendo muito com histórias de um modo geral.

Figuras de Pensamento

Alusão

A figura de linguagem alusão, usa um recurso da citação. Ou seja, é usada para fazer uma referência, trazer uma nova ideia, sendo ela explícita ou não. Dessa forma, ao fazer uma referência de um acontecimento por exemplo, a alusão traz o entendimento da ideia.

Para entender como essa citação pode ser feita em forma de comparativo, imagine que alguém está dizendo algo que está fazendo, assim como os antigos faziam. Veja abaixo.

Elas jogavam bola como Pelé e Ronaldinho”.

Apóstrofe

Esse tipo de figura de linguagem envolve a invocação, tipos de chamados. Pode ser usada também para apresentar uma indicação de indignação, surpresa e outros sentimentos semelhantes.

Existem diversas expressões que podem ser usadas dentro da figura, como é o caso de “Minha Nossa Senhora”, por exemplo. Que mostra espanto e surpresa por algo que tenha acontecido.

Quiasmo

O cruzamento de palavras ou expressões, é chamado de quiasmo. Quando as palavras se repetem de forma diferentes. Normalmente isso é usado nos textos para enfatizar algo ou algum acontecimento. Por exemplo:

Ela não tem vida social. Vai da escola para casa, e da casa para a escola”.

Figuras de sintaxe

Elas são para quem gosta de subversão! Pessoas subversivas que adoram descomprometer a norma culta da língua portuguesa, usam figuras de sintaxe.

Pleonasmo

O pleonasmo é a repetição proposital de uma ideia, utilizando-se termos diferentes para essa ação. Sendo assim, quando esse tipo de situação ocorre, sabe-se que se trata do pleonasmo.

  • “Me sorri um sorriso torto, pensando no zóio do morto”

Silepse

Se a concordância alcança o seu objetivo usando a ideia que as palavras expressam e desprezando a forma gramatical: silepse. Desta maneira, quando isso acontecer você já sabe que ocorreu aí uma silepse.

  • “O Dotô vai beijar eu?”
  • “Que mentira é essa que eu contou para você?

Elipse

Quando existe uma omissão de termos para designar uma ação, ocorrerá assim uma elipse. Nesse sentido, repare como os exemplos a seguir demonstram uma ausência de algo que acaba por não ser mais necessário, por conta do estilo de formulação da expressão.

  • “Ele estava preparado para atirar. Mãos, dedos e joelhos preparados
  • “Quando Zezinho se escondeu atrás da porta, eram olhos e ouvidos atentos

Zeugma

Basicamente a zeuma pode ser considerada uma espécie de elipse. Nesse sentido, isso acontece quando o termo já foi utilizado anteriormente e agora não precisa ser dito de novo para que se compreenda a frase em questão.

  • “Ele anda bastante de bicicleta, mas também de carro
  • “Ele parece que dorme acordado, mas também roncando
  • “A porta abriu devagar, mas fazendo barulho
  • O bêbado caiu na de repente, porém sentado

Assíndeto

Outra forma de elipse, essa figura de linguagem acontece quando há ausência de conjunção. Sendo assim, caso em algum momento se deparar com uma situação semelhante, você já sabe do que se trata.

  • “Não poderia ter voltado de casa. Voltou mesmo assim”
  • “Acordou muito cedo nesse dia. Voltou a dormir”
  • “Encontrou o fundo do poço. Subiu outra vez”

Polissíndeto

Essa figura de linguagem refere-se a uma repetição intencional de conjunções da mesma espécie.

  • “e pousou, e dançou, e sorriu, até que o galo cantou”
  • “e fez canto em quanto andaste e sabias que tu me deste e preto sertão me Agreste”  

Anáfora

A repetição de uma expressão, ou mesmo de uma palavra é chamada de anáfora. Logo, essa figura de linguagem é muito usada em músicas populares.

  • Vem aqui para eu te amar, vem aqui preu te odiar, vem aqui que eu quero amar, vem aqui que eu quero mar”

Hipérbato

A inversão de um trecho ou palavras de uma expressão, diz-se um hipérbato. Nesse sentido observe os exemplos de figuras de linguagem abaixo para não ter mais dúvidas sobre o que se trata.

  • “Eu fui saber que ele de pé andava
  • “Abra as mãos para o peso sentir
  • “Sinta as mornas águas do rio”
  • “Abra um feliz sorriso

Perceba que há uma troca na ordem das palavras, mas o sentido continua o mesmo. Sendo assim, trata-se de um…?

Anacoluto

A mudança de construção sintática é a característica mais forte do anacoluto. Desta maneira, como explicar exatamente o conceito dele pode se tornar um pouco confuso, faça uma análise do exemplo a seguir:

Umas balas jogadas no chão de terra, a gente catava e chupava, de tão gostosas”

Figuras de fonética

O objetivo principal dessas figuras de linguagem é dar sonoridade à linguagem escrita. Sendo assim, quando houver elementos que causem essa sensação sonora, trata-se de uma figura fonética.

Aliteração

Aliteração é formada por um conjunto sonoro de elementos no texto. Nesse sentido, observe os exemplos abaixo a fim de esclarecer com mais detalhes.

  • “O rato roeu a roupa do rei de Roma”
  • Rato que rói a roupa, rói o riso da rosa”

Assonância

Se a repetição concentra-se no som vocálico, então a figura de linguagem em questão trata-se de uma assonância. Sendo assim, veja os exemplos abaixo.

  • “Que belo, esse som de elo, entre o sol amarelo e belo”

Paronomásia

Trata-se de paronomásia, o encontro de palavras com sons parecidos. Entretanto para configurar uma paronomásia, os significados devem ser diferentes.

  • “Massas e maçãs”
  • “Manhas e manhãs”

Onomatopeia

Onomatopéia é uma tentativa de reproduzir sons utilizando recursos da língua escrita. Sendo assim, é muito comum encontrar esses recursos linguísticos em histórias em quadrinhos.

  • “Crash!”
  • “Bummm”
  • “Po co tó, Po co tó, Po co tó, Po co tó” 

Cacofonia

Dentro das figuras de linguagem sonoras, a cacofonia é usada de forma a juntar duas palavras. Quando a última sílaba da primeira palavra se une as sílabas iniciais da segunda. Dessa maneira o som da junção pode ficar diferente, criando até mesmo um significado novo.

Em algumas regiões do país, a cacofonia está muito presente no sotaque. A junção duas palavras inclusive, pode trazer a toda um duplo sentido muitas vezes, dependendo do contexto usado na frase. Como por exemplo:

“Ela vai te dar uma mão na limpeza da casa” (mamão);

Ele beijou a boca dela”. (cadela);

“O jogo valia 2 pontos por cada cesta”. (porcada);

“Ela tinha um monte de sapatos”. (latinha).

Como entender as figuras de linguagem?

Quem escreve constantemente, ou gosta de ler romances e poesias, com certeza se depara com centenas de figuras de linguagem. Entretanto, nem todas as vezes vamos conseguir entender exatamente do que se trata.

Isso porque muitas das vezes os autores utilizam recursos linguísticos diversos para expressar ideias muito subjetivas. Portanto, dessa maneira em alguns casos é natural que a pessoa fique realmente perdida.

Bom, os primeiros passos para compreender figuras de linguagem são viver a vida e ler bastante. Nesse sentido, o fato de viver a vida, ter contato com vivências diferentes, torna as pessoas mais sensíveis aos sentimentos e assim, elas conseguem captar melhor o que um autor ou uma pessoa quer dizer quando utiliza o recurso da figura de linguagem.

A sensibilidade conta muitos pontos ao que se refere a entender os diversos empregos das figuras de linguagem. Sendo assim, uma imaginação apurada, um senso de criatividade é fundamental.

Mas, se alguém pensa que criatividade não se aprende, está muito enganado ou muito enganada. Logo, se ainda restam dúvidas, procure o livro “criatividade para o século 21” e entenda melhor sobre criatividade e como desenvolvê-la. Ah! Outro livro excelente para esse despertar é “Roube como um artista”, vale muito a pena conhecer.

Deste modo, essas são as únicas maneiras de se entender as figuras de linguagem, não tem outro jeito. Logo, a pessoa precisa ler bastante e viver intensamente.

Mais exemplos de figuras de linguagem:

Anteriormente já deixamos claro todas as figuras de linguagem e seus respectivos exemplos. Entretanto, nosso maior objetivo aqui é trazer a maior quantidade possível de informação para que você possa realmente aprender bastante.

Então, veja agora alguns exemplos separados de figuras de linguagem e prepare-se mentalmente para os exercícios que vão vir a seguir. Desta maneira, você já pode ir aquecendo sua memória para testar os conhecimentos no final.

  • “A água estava tão gelada que eu virei um iglu”
  • “Ontem cantei, ontem fugi, ontem orei”
  • “Bummmmmmmmmmmmmm!”
  • “Três pratos de trigo para três tigres tristes”
  • “O rato roeu a roupa do rei de Roma”
  • “Ele comeu até explodir”
  • “O seu coração é feito de pedra”
  • “O braço do berço está quebrado”
  • “O pé da cadeira está frouxo”
  • “Eu sou rio que desce pelas montanhas”

Figuras de linguagem na literatura

Na literatura, as figuras de linguagem são presença obrigatória. Sendo assim, dificilmente alguém encontra um romance, por exemplo, onde o autor não explore de sobremaneira esses recursos da língua portuguesa.

Machado de Assis e Cruz e Souza são dois mestres que exploram bastante as figuras de linguagem. Sendo assim, quem quiser ver na prática a atuação desses recursos, basta pegar um livro para ler.

É muito fácil encontrar versões grátis para baixar de livros de autores que exploram esses recursos com maestria. Logo, o que mais se encontra na internet são livros em PDF grátis para baixar e conhecer melhor do que se trata.

Castro Alves, Bernardo Élis, Clarice Lispector, Cora Coralina… são muitos. Entretanto, é um caminho longo a trilhar e quem se arriscar a ler essas produções, deve estar preparado ou preparada para um universo realmente ímpar, diferente de tudo aquilo que a gente está acostumado em jornais, revistas e textos com linguagem literal. 

Tabela de figuras de linguagem

Veja a tabela a seguir, com todas as figuras de linguagem:

Tabela com todos os tipos de figuras de linguagem
Fonte: Visão Confiável

Exercícios de figuras de linguagem

Responda as perguntas abaixo, relacionadas a figuras de linguagem, usando o texto fornecido acima.

01- Cite algumas características das figuras de linguagem.

02- Qual é a característica mais evidente da gradação?

03- Qual é a característica mais evidente da metonímia?

04- Qual é a característica mais evidente da hipérbole?

05- Cite dois exemplos de onomatopéia.

06- Cite dois exemplos de ironia.

07- Cite dois exemplos de metáfora

08- Qual é a característica mais evidente de sinestesia?

09- Veja os exemplos abaixo e responda quais são os tipos de figuras de linguagem que ela representa.

  • “Lurdinha, o pé da mesa vai quebrar se você ficar pulando em cima dela”
  • “Eu amo ouvir Chico Buarque”
  • “A minha cabeça estava quente, fervendo, como um vulcão em erupção”
  • “Anteontem percebi que ele era uma lesma”
  • “O medo corria em minha direção, toda vez que eu via o homem de terno e gravata”

10- Agora será que você é capaz de criar uma figura de linguagem? Qual seria?

Gabarito

01- Cite algumas características de figuras de linguagem.

São características das figuras de linguagem: as ferramentas de expressão; as fugas discursivas da língua portuguesa; os recursos de expressão

02- Qual é a característica mais evidente da gradação?

O aumento da intensidade da expressão de modo gradativo.

03- Qual é a característica mais evidente da metonímia?

Quando a ideia é usar uma proximidade de referência entre dois elementos para referir-se a algo, usa-se a metonímia

04- Qual é a característica mais evidente da hipérbole?

A característica mais evidente na hipérbole é o exagero. 

05- Cite dois exemplos de onomatopéia.

Crash!!

Bummmmmm!

06- Cite dois exemplos de ironia.

“Depois do que você fez, tem coragem de me perguntar se estou com raiva? Não, não, estou morrendo de felicidade, olha só a minha cara de felicidade”

“Nossa, você viu como aquele gerente gritou com a funcionária? Que cara gentil!”

07- Cite dois exemplos de metáfora.

“Anteontem percebi que ele era uma lesma

“De fato, constatou-se que aquela atitude era um abismo sem volta”

08- Qual é a característica mais evidente de sinestesia?

Sinestesia é a figura de linguagem que mistura em uma mesma expressão, várias sensações diferentes, como o tato, o olfato e o paladar e a visão, por exemplo.

09- Veja os exemplos abaixo e responda quais são os tipos de figuras de linguagem que ela representa.

  • “Lurdinha, o pé da mesa vai quebrar se você ficar pulando em cima dela”

Catacrese

  • “Eu amo ouvir Chico Buarque”

Metonímia

  • “A minha cabeça estava quente, fervendo, como um vulcão em erupção”

Gradação

  • “Anteontem percebi que ele era uma lesma”

Metáfora

  • “O medo corria em minha direção, toda vez que eu via o homem de terno e gravata”

Personificação

10- Agora será que você é capaz de criar uma figura de linguagem? Qual seria?

Resposta individual.

Resumo sobre figuras de linguagem

Primeiramente vimos como as figuras de linguagem representam um espaço satisfatório na literatura brasileira. Sendo assim, qualquer que seja o estudante, há de se convir que apesar de ser um conteúdo extenso, ainda assim é relativamente simples em quase todos os casos.

Nós conhecemos qual é o real conceito de figuras de linguagem e como elas podem ser usadas no nosso dia a dia. Sendo assim, além do mais percebemos que em muitos os casos usamos cotidianamente e nem mesmo percebemos que estamos usando.

Vimos também que a poesia, a música, os romances, as novelas, quadrinhos e outros tipos de texto que usam sentido figurado, estão cheios de figuras de linguagem. Sendo assim, uma maneira excelente de aprender mais sobre o assunto é realmente ler esses materiais e ter contato com a utilização no dia a dia.

Foi exposto uma tabela muito didática que pode servir de amparo para uma assimilação cognitiva mais efetiva. Logo, ainda foram expostos dezenas de exemplos categóricos com bastante informação relevante sobre figuras de linguagem e além do mais, vários exercícios.

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